Chegamos! Somos uma organização fundada no Recife que tem como missão fortalecer a democracia com ênfase na promoção da literacia política do eleitorado, ampliação da participação social junto aos mandatos e aperfeiçoamento da qualidade do voto. Atuamos na segunda capital mais desigual do país, de acordo com o Mapa da Desigualdade entre as Capitais Brasileiras, publicado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (2024).

Entendemos que é preciso conversar e agir na pauta da democracia a partir de outros referenciais, com novos rostos sentados em outras mesas, com novas formas de ver o mundo. Mas aqui a gente defende que  imaginar é preciso e olhar para trás é indispensável. Porque não há futuro possível sem aprender com o passado.

O que Abdias Nascimento estruturou enquanto conceito para Quilombismo é, para nós, pedra fundante. Para Nascimento, trata-se de uma visão de liberdade e autonomia, que promove a valorização das raízes afro-brasileiras e a construção de uma sociedade onde gênero, raça ou classe não definem o destino de cada cidadão e cidadã. Temos, ainda, nomes como Lélia Gonzalez, Paulo Freire, Nego Bispo e Grada Kilomba enquanto referenciais epistemológicos do nosso projeto.

Assim, não podemos esquecer que já abolimos a escravidão, demarcamos terras indígenas, terras quilombolas, conquistamos as cotas raciais, e tantos outros fatos históricos que um dia já foram inimagináveis.

Então, deixamos a pergunta: como não acreditar que a gente vai, sim, fortalecer a nossa democracia?

Por que existimos?

Como fazer  uma população de maioria negra, com baixa escolaridade, que vivencia problemas sociais das ordens mais diversas, participar de uma "festa" onde, desde as suas supostas origens, não era convidada? Não há como falarmos em democracia sem responder a essa pergunta.

A ausência de consciência política plena no eleitorado, que engloba elementos como falta de memória em relação ao voto, além do distanciamento da atuação dos/as representantes eleitos/as, destacam a fragilidade do contexto político, econômico e social do Recife. Para transformar a vida das pessoas em qualquer cidade é necessária a participadão delas. Seremos ponte.

É com quem ainda está em formação que a gente quer falar! Nosso principal público-alvo serão as juventudes da rede pública, mas também queremos estar junto dos coletivos do Recife. Contribuir para o fortalecimento de quem já está nas lutas vai ser bom demais.

Temos igualmente como foco o fortalecimento de mandatos progressistas, buscando desenvolvimento em habilidades de gestão e liderança, comunicação, e elaboração de políticas públicas eficazes. Dialogar com a cidade do Recife é fundamental. Já estamos com tudo pronto para facilitar esses processos.

Quem faz acontecer.

Imagem de Madalena Rodrigues

Madalena Rodrigues

Diretora de Desenvolvimento Institucional

É uma profissional cujo principal diferencial é a diversidade de competências e das áreas em que possui experiência e domínio. A sua trajetória engloba itens como atuação nas Nações Unidas, planejamento, execução e gestão de campanhas de mobilização de pessoas. Criação e revisão de conteúdos para redes sociais, condução de formações, copywriting, também fazem parte da sua estrada. Em 2021, em coautoria com Conceição Evaristo, assinou o prefácio do livro “A Justiça é uma mulher negra”, publicado pelo Grupo Editorial Letramento. Em 2022, venceu o concurso cultural realizado pelo Portugal Digital. Possui publicações em veículos como o Público (PT) e Carta Capital (BR). Enquanto grantee do IIE – The Power of International Education, New York, coordenou a pesquisa “Retratos da política no Recife: um estudo sobre mandatos do legislativo municipal e o eleitorado pelo fortalecimento da democracia”, financiada pela Open Society Foundations. No âmbito da pesquisa e ativismo, também atua diante de temas sobre raça, gênero e violência contra as mulheres. Em 2024, produziu o podcast “Saúde Mental do Idoso Encarcerado”, de autoria de Irene Cardoso e veiculado no programa “Audiência Pública”, do Ministério Público de Pernambuco. É mediadora de conflitos habilitada. Ser uma mulher negra e lésbica com diversidade nas áreas em que possui experiência e competência – sempre com o impacto social enquanto elemento comum – conferem à profissional uma capacidade de atuação criativa, resoluta e verdadeiramente compromissada com uma efetivo estado democrático de direito.

Conheça Germana Accioly

Germana Accioly

Diretora de Relações Estratégicas e Comunicação

Jornalista, especialista em Política e Representação Parlamentar pelo CEFOR em Brasília e em Política e Cultura pela Agecif, Paris. É cronista, publicou textos em diversas revistas e sites e lançou seu primeiro livro, “Não é Sobre Você”, em 2021, pela editora Mirada. Tem mais de 20 anos de experiência na política institucional, tendo trabalhado nas três instâncias do Poder Legislativo (Federal, Estadual e Municipal) como chefe de gabinete e coordenadora de comunicação. Já atuou em 5 mandatos, construindo tecnologias sociais que visam a aproximação parlamento/sociedade. É autora do Relatório dos Mandatos Ativistas no Brasil (2023), assinado pela organização NOSSAS, com o apoio da Luminate. É fundadora do Ocupa Política, movimento que impulsionou candidaturas ativistas em todo o país e foi coordenadora da Escola de Campanha na iniciativa, que chegou a atender 100 candidaturas. Possui larga experiência na montagem de mandatos/as ativistas e coletivos.  É consultora de mandatos pela “Rede A Ponte”, sendo idealizadora do projeto “Escola de Reeleição”, que atende a mais de 32 mandatos/as de mulheres em todo o país, e integra o Conselho Gestor da Organização Ypykuéra. Além de assessora de comunicação, foi articuladora política do grupo de engajamento da sociedade civil para o G20, o Civil 20 na ONG Gestos durante 3 anos; e, desde 2023, integra a delegação brasileira que incide no Fórum Político de Alto Nível da ONU em Nova York, (HLPF), que discute políticas para o desenvolvimento sustentável e a Agenda 2030.

Conheça Luciana Vieira

Luciana Vieira

Assessora Especial Sênior

Mulher bissexual, professora Associada II na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desde 2010, vinculada ao Departamento de Psicologia, onde participou da comissão de reforma curricular. Também foi professora no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPE de 2011 a 2020, contribuindo para a criação do doutorado. É Mestre em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise pela Université de Paris VII (1999), Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS) da UERJ (2005) e possui Pós-doutorado pela Universidade do Porto (2020). Tem vasta experiência nos estudos de Psicanálise, gênero, sexualidade, relações raciais e Políticas Públicas de Saúde relacionadas às pessoas LGBTQIA+. Desde 2021, vem criando disciplinas na temática de psicanálise e relações raciais, tendo Grada Kilomba, Neusa Santos Souza e Sándor Ferenczi como principais referenciais teóricos. Em 2015, atuou como assessora técnica na concepção, princípios e diretrizes do Espaço de Cuidado e Acolhimento para pessoas trans (Espaço Trans/HC/UFPE), hoje, referência nacional. Além disso, foi fundadora e gestora da Diretoria LGBT da UFPE de 2015 a 2019, desenvolvendo juntamente com a equipe de comunicação, diversas campanhas de sensibilização e conscientização sobre gênero e sexualidade, além dos inéditos programas de TV “Zona Multicor” e de rádio “LGBT no AR”, como também, realizou em parceria com a equipe de formação, diversos cursos de capacitação na temática LGBT para os/as servidores/as da segurança, portaria e limpeza da UFPE, entre outros.

O que fazemos.

  1. Literacia Política Mais do que “educação para o voto”, compreendemos a literacia política como educação para a cidadania. Trata-se de formar cidadãos e cidadãs capazes de defender a democracia, a justiça social e os direitos humanos. Em nossa perspectiva – que está alinhada com a visão de nomes como Paulo Freire e Grada Kilomba – não há educação sem afeto e criatividade, sem diálogo com as múltiplas formas de se existir no mundo, sem considerar as potencialidades e limitações de da pessoa ou apartada da realidade de cada um e cada uma. Vamos juntas e juntos entender como funciona a política, reconhecer direitos e deveres e participar ativamente das decisões que afetam a sociedade.
  2. Comunicação para causas de impacto – Engajar e espalhar ideias que fortalecem a participação política e valorizar o protagonismo da juventude. Queremos mais que informar. Nossa intenção é provocar reflexão, diálogo e ação por um Recife mais justo, inclusivo e democrático.
  3. Justiça de gênero, racial e socioambientalA desigualdade tem gênero, raça e classe social. Por isso, esse é um eixo fundamental para formar jovens conscientes das realidades que marcam a sociedade. Isso significa entender como o racismo, o machismo e os impactos ambientais atingem de formas diferentes certos grupos, e aprender a atuar com empatia, coragem e protagonismo na construção de uma cidade mais justa para todas, todos e todes.
  4. Tecnologia social,  inovação política e cidadania – São ferramentas essenciais para fortalecer a atuação de mandatos progressistas e incentivar o protagonismo das juventudes. Dessa forma, buscamos criar uma sociedade mais participativa, democrática e comprometida com o desenvolvimento social e político do Recife.
  5. Acesso à justiça – Garantir que todos tenham seus direitos reconhecidos e protegidos, promovendo a participação igualitária na sociedade é um caminho importante para a conquista da equidade.  Assegurar que as diferenças e desigualdades sejam consideradas, proporcionando condições justas para que todos possam exercer seus direitos de forma plena.
  6. Fortalecimento das instituições democráticas – Estabilidade, transparência e participação efetiva na vida política, seja institucional ou no campo do ativismo. Formar mandatos e eleitores conscientes é construir pilares sustentados por uma sociedade engajada e comprometida com os valores democráticos.

Por onde anda essa tal Democracia? Queremos mostrar que ela está nas ruas, nas praças e em todos os lugares da vida das pessoas. A Escola da Democracia vai ocupar os espaços públicos e privados para discutir o que é, como se constitui e por que é tão importante participar ativamente da vida política da cidade.